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Brasil

Mostra Miradas Glocales

Exposição:
02 de Abril a 01 de Maio
Entrada Gratuita

GALERIA MARTA TRABA
FUNDAÇÃO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA
AV. AURO SOARES DE MOURA ANDRADE, 664
ENTRADA PELOS PORTÕES 1 E 5
Estacionamento gratuito na abertura pelo Portão 6
CEP . 01156-001 . BARRA FUNDA . SÃO PAULO . SP
TEL 38234705 – FAX . 38234706
WWW.MEMORIAL.SP.GOV.BR

LOCAL + GLOBAL = GLOCAL

A Fundação Memorial da América Latina, em parceria com o Consulado Geral do México em São Paulo, realiza a exposição Miradas Glocales (Olhares Glocais) na Galeria Marta Traba. Com a missão de promover a integração entre as culturas de nosso continente, a galeria apresenta uma exposição de arte contemporânea de artistas emergentes mexicanos, convidando o público da cidade de São Paulo e do Brasil, não apenas a conhecer a arte destes novos artistas, mas também a refletir os conceitos que as permeiam.

Na sociedade globalizada, com os avanços tecnológicos e a consolidação das novas redes de informação e comunicação, também novas formas de sociabilidade são construídas. Neste contexto da mundialização da cultura e dos padrões de vida e consumo, ressurge o debate sobre a esfera do entorno imediato, de nossas redondezas, vizinhanças, de nosso espaço local. Nesta mostra, os artistas apontam essa preocupação de interagir e integrar o mundo global a partir do local onde vivem, revelando uma dialética permanente que se expressa através do conceito de glocal.

O “local” foi definido por Manuel Castells como os “nós” – nós de valor acrescentado aos fluxos econômicos e lugares de vida social. Segundo Paul Soriano, no “glocal”, o “local” representaria os “nós” da rede global e integra as resistências, mas também as contribuições das formações identiátrias locais e regionais à globalização.

O termo Glocalização foi introduzido na década de 1980 como estratégia mercadológica japonesa, inspirada na dochakuka – palavra derivada de dochaku que, em japonês, significa “o que vive em sua própria terra” – conceito originalmente referido à adaptação das técnicas de cultivo da terra às condições locais. Segundo o sociólogo Roland Robertson, o conceito de “glocalização” tem o mérito de restituir à globalização a sua realidade multidimensional; a interação entre global e local evitaria que a palavra “local” definisse apenas um conceito identitário, contra o “caos” da modernidade considerada dispersiva e tendente à homologia.

Glocal é uma justaposição de uma esfera global a uma esfera local: a partir de um meio de comunicação operando em tempo real (prioritariamente o tempo real do ciberespaço ou o tempo real “live” da televisão) cria-se um ambiente glocalizado, no qual o sujeito se vê imerso em um contexto simultaneamente local (o espaço físico do acesso, mas também o seu meio cultural) e global (o espaço midiático da tela e da rede, convertido em experiência subordinativa da realidade). Sem o fenômeno da glocalização, suporte comunicacional das trocas em escala global, a derrubada das fronteiras para a circulação de produtos, serviços, formas políticas e ideias estaria prejudicada ou impossibilitada.

O glocal reescalona a percepção do local e do global, e nos faz pensar sobre a real dimensão e extensão de nossos atos cotidianos, e também como as informações externas que recebemos influenciam nosso olhar e atuar sobre o mundo.

Fundação Memorial da América Latina

ARTISTAS
Alexander Lucatero
Alfredo Martínez
Ana Bell Chino
Bricia Navarro Fonseca
Carlos Bernal
Christian Aguilar
Eblem Santana
Efrén Vargas
Elisa Malo
Evaristo Lugo Tovar
Joaquín Flores
Jorge Mustarós Pérez
Jorge Rosano
José Rosas Leyva Flores
Juan José Soto
Laura Pirez
Lissette Jiménez Díaz
Loreley Landeros
Moisés Cervantes
Omar Vega
Priscilla Vallejo
Tânia Bello
Verónica Rojas
Xanath Ramo Vázquez
Xcaret Aguilar
Yareri Sánchez Ángeles

Miradas Glocales
Vinte e seis artistas jovens mexicanos
Guillermo Cabrera Infante escreveu há alguns anos um texto para apresentar aos novos jovens literatos da América Latina que foram reunidos no livro Palavra da América. Uma de suas surpresas na primeira leitura de alguns dos textos dos autores ali reunidos era que, apesar de serem latino-americanos, não escreviam como se supunha que tinham que escrever os latino-americanos para cobrir o estereótipo de nós mesmos em outras partes do mundo: nem falavam do realismo mágico, nem de povos tropicais, nem de histórias românticas, nem de ditadores bananeiros, nem de palmeiras ao sol e etc. Os temas e as maneiras de narrar haviam mudado, para colocar a muitos destes jovens, em uma esfera internacional com preocupações globais. O melhor exemplo é Jorge Volpi e sua Em Busca de Kingsor, de 1999.

Como deveriam produzir os artistas visuais jovens do México? Da mesma forma que Cabrera Infante, alguém poderia dizer que num sentido amplo, já não produzem como seus antecessores: nem como a escola do muralismo mexicano, nem como a ruptura, nem como o neomexicanismo. Os jovens de hoje são artistas imersos, mais que nunca, na globalização cultural que tanto falamos na década de noventa. São jovens com menos preconceitos ideológicos que a geração de seus pais, mas predispostos a participar de correntes diversas no global e sem trair o local. Em muitos sentidos estes jovens vivem uma cultura que Néstor García Canclini define como o “Glocal”: a cultura cotidiana se encontra determinada por uma combinação de signos e conceitos que se extraem tanto do local como do global (precisamente o GLOCAL), e se mistura, cada vez mais, com símbolos híbridos e globais. Este é, sem sombra de dúvidas, um fenômeno de interdependência e interpenetração do global e do local. Seguramente, a maior mobilidade e intercomunicação de meus alunos os levam a produzir obras GLOCALES, com as diferenças imanentes, o qual aumenta a segmentação social entre os que têm acesso aos bens culturais da globalização, como as novas tecnologias por exemplo, e os que não.

Em La Esmeralda do Instituto Nacional de Bellas Artes através de uma investigação sobre o cotidiano, iniciei a seleção de obras para realizar uma exposição de jovens artistas. Não ditei temas, nem estilos, nem programa algum que reparta o trabalho cotidiano que realizam em seus ateliês de produção. Para minha enorme surpresa, estes artistas, me mostraram trabalhos que são um exemplo do GLOCAL a que me refiro: desde as paisagens fotográficas oníricas de espaços rurais mexicanos, até o anonimato de formas urbanas onipresentes, que pertençam a qualquer parte.

Depois da surpresa vem a calma. O trabalho desenvolvido pelos artistas selecionados é variado, temática e estilisticamente, com propostas estético-artísticas que se localizam no fenômeno contemporâneo das artes nacionais e internacionais e contém um bom ofício. Em geral, o trabalho que nos mostram aponta preocupações de ordem pessoal, sócio-política. No pessoal, algumas das propostas, como no caso de Omar Veja, Tania Bello, Emiliano Hernández, Lissete Jiménez, Bricia Navarro, Xanath Ramos, José Rosas, Laura Pirez e Alexander Lucatero são introspecções subjetivas e identitárias a partir de suas vivências cotidianas, suas idades, seus gêneros e o entorno social de que participam. De uma perspectiva mais formalista, as obras de Christian Águilar, Carlos Bernal, Jorge Mustarós, Alfredo Martínez, Moises Cervantes, Yareri Sánchez e Eblem Santana contém uma exploração visual-compositiva que avalia propostas conhecidas abstrato-figurativas da vanguarda e as redefinem através do desenho, o acrílico, a fotografia ou a gráfica digital.

Na temática social, as obras de Xcaret Rabadán, Anabel Chino, Joaquín Flores, Carla Ibarra, Jorge Rosano, Dalia Ruiz, Juan José Soto, Priscilla Vallejo, Efren Vargas e Verónica Rojas invocam temáticas que redefinem os jogos sociais, as concepções econômicas dominantes, as ideologias políticas, o controle e o uso do poder, a partir de obras com técnicas que utilizam o meio bidimensional em muitas variantes, além do vídeo. Os trabalhos de Loreley Landeros e Evaristo Lugo são em boa medida transgressões sutis, e em alguns casos ácidas, como forma de entender a sociabilidade, a sexualidade e o poder.

A maioria destes jovens artistas não ultrapassa os trinta anos e é claro que tem uma informação sobre seu quehacer (afazer) bem consolidada, tanto no manuseio técnico como em suas propostas conceituais e seus usos artísticos. No entanto, não deixa de chamar a atenção que suas obras se circunscrevem em algo que reconhecemos como nova arte emergente .

Por isso, esta exposição se pode ver como uma GLOCALIZAÇÃO da vida mexicana, onde muito do que move os artistas dessa geração vai mais além de seus âmbitos locais e se instala em preocupações contemporâneas que dialogam com o outro, com seus pares em outras partes do mundo.

Apresentação e Seleção: Dr. César Villanueva

 

Fotos e Video: Mayra Dugaich

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