A chilena Mon Laferte se mudou para o México para estudar música. A cantora e compositora já lançou dois cds de forma independente. ‘Angel Negro’ é a primeira música de trabalho do novo disco, “Tornasol”.
Desechable foi lançado em 2011 e produzido por Mr. Ceja.
Leia a entrevista que fizemos com ela:
Quais são suas influencias musicais?
Mon Laferte: “Tenho muitissimas influencias, quando era criança escutava muito rock, minha mãe escuta led zeppelin, jimmy hendrix, janis joplin e essa música é a que mais gosto, o rock dos anos 70, meu pai amava o folclore latinoamericano, e minha avó ouvia tangos, boleros, então desde pequena tive muita música ao meu redor e tudo muito diferente , na minha adolescencia amava red hot chili peppers, alanis morrisette, bjork e grunge. Agora sempre estou buscando música nova, bandas independentes de todo o mundo, e a verdade é que ouço de tudo, nos últimos dias ando muito fã de Jack White, em todos seus projetos.
Também gosto muito de ouvir música de mulheres, adoro lykke li, os yeah yeah yeahs!,”
Como foi a decisão de viver no México?
ML: “Amo o Chile, mas fiquei com vontade de experimentar, não pensei muito, tinha vontade de ir a outro país, buscando conhecimentos, e México é um país muito lindo, muito cultural e falamos o mesmo idioma então era a melhor opção e foi uma excelente decisão. Tenho aprendido muito, conheci pessoas excelentes e músicos, cresci muito como artista nesses quase 6 anos.”
Qual a diferença de Desechable com o novo Cd?
ML: “São muitas diferenças, começando no nivel pessoal, Desechable me encontrou em uma etapa da vida de mudanças, instabilidade, eu escrevi essas canções durante so primeiros anos morando no México, e foram anos um pouco complicados, tormentoso eu diria, ter que se adaptar em viver em outro país, e estaba muito vulneravel, também enfrentei uma doença e tudo isso está refletido neste disco, as faixas são muito mais depressivas e obscuras. Em Tornasol é diferente, hoje me sinto muito mais comoda e tranquila, então no momento de compor estava sem dramas, e bastante feliz, é por isso que falo de muita felicidade, a canção com a qual mais me identifico neste disco é “orgasmo para dos”, uma canção que escrevi para meu parceiro, nela falo sobre quão feliz estou com ele, com a música e não tenhomedo de ter 30 anos.
Também existem diferenças de sons, em Desechable tinha medo de experimentar, e agora em Tornasol me deixei levar, acredito que por isso tenha tantos ritmos diferentes e sons. Me parece que Tornasol era melhor nome pela quantidade de cores que existem neste disco, por exemplo, a canção ‘hey hey’, é uma das que mais curto no palco, adoro ficar louca quando estou tocando, esta canção me deixa assim, sem freios e com muita paixão, outras como ‘flor de amapola’ ou ‘vuelve por favor’, que são muito orgânicas, as duas tem acordeon, um instrumento que jamais havía utilizado em uma canção.”
Conhece algum cantor brasileiro?
ML: “Muitos! Minha mãe ouvia muito Roberto Carlos e eu adoro ele! Também gosto da Maria Rita, uma vez vi Daniela Mercury no Rio de Janeiro, e chorei no fim do show, ela é perfeita! E é claro, Caetano Veloso, Gal Costa, María Bethania, amo a voz das mulheres do Brasil”.
Com quem gostaria de fazer um dueto (para cantar ou compor)?
ML: “São muitos, tanta gente de admiro, é muito dificil. Só direi uma porque ando em meus dias de obsessão com o Sting, mas sei que é algo muito difícil (risos)”
Como é fazer show no Chile?
ML: “É tão maravilhosos voltar ao meu país e poder mostrar minha música para o meu povo, me emociona ver que cada vez que tocamos, as salas estão cheias seguidores conhecem todas as canções, além que posso compartilhar esse momento com minha família. No dia em que lancei o disco no Chile, minha mãe foi me assistir e foi lindo, fazia muitos anos que ela não ia me ver cantar. Ela foi ao camarim, me abraçou e parabenizou, me senti como uma criancinha, muito feliz.”
Como você vê a cena musical independente?
ML: “Amo! e acredito que temos mais força como independentes, as pessoas estão premiando a boa música, e cada vez mais os shows estão cheios, a industria da música mudou a no meu parecer foi para o bem, mesmo que já não tenhamos as grandes quantidades de dinheiro para fazer grandes produções, temos a tecnología do nosso lado, a criatividade, a arte. E o público o premia e aprecia.”